quarta-feira, 1 de agosto de 2012

me perdi, sou outra que não eu,
me falta exatidão, todos os dias quando eu acordo, eu te amo, mas e a mim,
quem eu sou? como posso ter certeza de um amor quando não tenho mais certeza de quem eu sou, tenho me reconstruído, morro diariamente assim como diariamente e continuamente monto um novo eu, que nunca fica pronto, que é tão cheias de incertezas
as senhas, e chaves e códigos, fogem de mim, correm longe
sou outra que não eu, e nem outra, fecho os meus olhos levemente, eu ainda sou essa que escuta uma música no volume máximo, pra não ouvir os pensamentos, para repassá-los fielmente
ainda sou essa que fica triste, e não conta, ainda sou essa que engole a dor, com muita calma para não engasgar, ainda sou essa mesma garotinha amável, e selvagem, não! sou mulher! não sou? sou. sou...
meu quarto meu tempo, minha solidão por tantas vezes meu abrigo,
sabe não reconhecimento de mim por mim neste escuro
nesse escuro não sei, não sei...
ainda a mesma com esses pensamentos desconexos, que as vezes não fazem o minimo sentido, mais que há toda uma lógica, porque descrevo minha sensação, descrevo algo que so faz parte de mim, neste exato momento, que algum tempo depois ou antes, não existe, não existo
o que existe é esse momento e essa sensação
essa sensação que eu nunca poderei, nunca poderei
gostaria de um vinho, como tantas vezes me foi a melhor compania, e tantas um péssimo conselheiro
eu gosto, do meu cheiro, do meu silêncio
do meu dom de ficar assim bem quietinha com os meus pensamentos que são só meus
esquece, me deixa ouvir essa música, me deixa eu pensar quem eu sou, deixa o tempo passar e esse eu que não me reconhece no escuro, aos poucos senti saudades, e alívio.